Wednesday, August 31, 2005

Conversas de cozinha

Uma vez li num livro do Rubem Alves que as pessoas quando visitam nosso coração ficam na sala de estar se comportanto bem e educadamente, como manda a etiqueta, mas as pessoas que realmente amamos levamos para a cozinha, lugar onde o riso impera, onde não se tem regras de etiqueta, onde somente pessoas especiais entram e todos se sentem à vontade para mostrar quem realmente são.

Brincando um pouco com essa metáfora eu a trouxe à minha vida. Eu amo cozinhar para os amigos, e até cozinho bem. Não gosto de cozinhar apenas para mim, na verdade também não gosto de cozinhar para "todo mundo", mas gosto de receber amigos queridos em casa e cozinhar para eles.

Quando isso acontecia a uns dois anos atrás funcionava assim: eu cozinhava, as pessoas esperavam na sala e depois eu levava a comida, agora é diferente. Faço questão de ter as pessoas comigo na cozinha, mesmo que seja apenas para bater um papo, mas o que é bom mesmo é tê-las cozinhando comigo. Abri o meu espaço e me mostrei inteiramente. Não me importo em revelar segredos culinários de décadas da família, mas sempre digo que "o verdadeiro segredo é o amor". Cozinhar é uma arte em que se passa todo o seu sentimento à ela. Então é necessário cozinhar com amor.

Quando alguns dos meu amigos se tornaram vegetarianos não me dei por vencida, expandi o meu cardápio e acabei criando coisas nessa área. Para mim não é somente cozinhar com amor que importa, mas fazer do ato uma forma de amar. Aliás, todos os atos podem ser melhorados se se tornarem atos de amor.

OOOOO mel... e olha que hoje eu nem comi doce! Que dizer só um pouquinho...

Wednesday, August 24, 2005

Final do dia

Último post do dia, isso tudo é porque não via como correlacionar as coisas, assuntos muito diferentes, ou não, que seja!

Vou voltar a falar sobre o último post, é hoje eu não estou num dia revoltada (?), e consegui escrever sobre isso, o que foi bom! Aliás hoje estou em um daqueles dias que somente Deus me basta, é definitivamente um dia daqueles em que eu entraria pro convento sem o menor pudor! Arrumaria as minhas malas e diria apenas "até logo" aos mais chegados!

Eu me sinto tão amada, tão plena, como se eu nao precisasse de mais nada, e me pergunto, por que não arrumo a minha mala agora? Voltei no assunto do egoísmo. Isso talvez seria um grande egoísmo, em não querer partilhar com alguém esse amor, em não querer fazer alguém se senti tão amado quanto eu! As pessoas que realmente me conhecem sabem por exemplo da imensidão do meu instisto maternal, da alegria que eu tenho ao ver uma criança sendo amada... isso é um lado, por outro lado:

Sei que seria uma boa freira, que poderia acolher toda a humanidade com o meu instinto maternal, tenho o bastante pra isso! =), e até poderia continuar trabalhando com crianças, com educação!

Ou poderia me casar, se encontrar um esposo, alguém capaz de se consumir pelo Amor, que queria ter pelo menos 5 filhos, fora os que serão adotados, que queira ir mesmo à Amazônia, que deseje que o mundo seja a grande uma verdadeira família, onde todos se olhem como irmãos, onde não se precise buscar a unidade, porque ela simplesmente acontece! Que queira ter filhos para que eles sejão os sementes que farão o mundo assim acontecer!

No fundo os três posts são iguais, falam sobre amor, sobre como eu o vejo, que no fundo, não se escreve sobre isso, se vive... mas queria deixar registro, há tempos que eu não me exponho assim.

Hoje fui apenas Thaís: tirei o atraso da leitura de blogs amigos, escrevi bastante, falei com amigos, pensei em chegadas e partidas e tive medo!

Sim medo de amar e não ser correspondia, em qualquer uma das minhas opções! Mas entre dois caminhos tão belos, não sou capaz de dizer aquele que me consola mais, aquele que dá mais alegria ao meu coração, sou capaz apenas de saborear a escolha agora, às vezes com um pouco de medo, o que é novo causa medo, mas aos poucos vou enfrentando os medos e deixando em paz meu coração.


"Cada um de nós compõe a sua história,
e cada ser em si carrega o dom de ser capaz,
e ser feliz."
Almir Sater

Conclusões!

Bom, esse post é um pouco sobre meu dia, mas especialmente muito sobre algumas reflexões que tirei de dois blogs que li, o da Cris e o da Myrian.

Falando em português claro: "cadê os homi?"
Me perguntei em boa parte do dia porque ainda estou solteira, e por que há seis anos que não tenho nada que seja sério e duradouro. Achei parte da resposta:

Nem se deve ao fato de ser exigente demais, o que eu até admito que sou, mas vaio além disso. Os verdadeiros motivos, ou parte deles, já citei nesse blog, mas agora vamos tentar ir mais fundo nisso.

Tenho me consumido pelo desejo único de levar algo valoroso à esse mundo, tem horas que me sinto bem cansada, muito mesmo, e nessas horas eu desejo mais que tudo ter alguém com quem partilhar tudo, falar e escutar, essas coisas, mas aí é que está: tipo, cadê os "tipos" que tem os mesmos ideais que eu? Que querem um mundo fraterno e unido, onde o Amor reine acima de tudo? Onde está o homem que seria capaz de passar uma temporada comigo na Amazônia "fazendo a nossa parte" e se consumindo pelo Amor? Cadê o o homem que eu quero que seja feliz? Que eu QUERO faze-lo feliz? Aí eu vou ler a Bíblia pra me acalmar e acho algo do tipo "Não desperteis, nem pertubeis o amor antes que ele o queira." Bom né? Tipo, até quando esperar, sou humana, e confesso, às vezes me bate a impaciência! Tem dias em que a solidão me basta, tem dias em que ela me consome!


"O fruto bom dá no tempo
No pé pra gente tirar
Quem colhe fora do tempo
Não sabe o que o tempo dá"
Renato Braz

Um moeda pelo seu pensamento...

O que está escrito abaixo é um email enviado a uma amiga que não está no Brasil, a Madalena.
A conheci em janeiro deste ano, durante o Acampamento Amigos no Senhor, organizado pelos jesuítas. Tivemos uma agradável conversa nesta tarde via msn, que relatei a pedido dela. O resto deixo por conta de vocês e do email:

Mada ,

Transmito-te aqui um pouco, conforme prometi, da nossa conversa.
Sinto muita saudade e não me posso dar ao luxo de esmoecer por isso, mas posso ao menos, nos nosso pequeninos encontros pela vida, mesmo que eletronicos, apaziguar meu coração e tomar mais coragem para seguir caminho.

Nesses vais e vens que a vida nos tras, de vez em quando temos a necessidade de encontrar as pessoas. A minha vida tem sido, já a tempos, de chegadas e partidas. Uma amiga me disse certa vez que Deus faz isso comigo pra que me acostume a minha vocação missionária. Hoje vejo que é muito além disso. Isso é uma questão de liberdade. Amar com liberdade, isso significa saber deixar alguém partir e partir quando necessário.

Desde o ano passado isso se agravou, já que entrei em maior contato com a Companhia de Jesus, e como você sabe, jesuíta é uma raça abençoada, mas que tem o "defeito": são extremamente livres. Ao gozar desta liberdade que essa vida missionária exije, dificilmente passam muito tempo em um mesmo lugar, estão onde precisam estar, onde Deus sabe que eles são necessários.

Eles tem me ensinado muito, vários deles que passaram por aqui deixaram em mim muita saudade... e várias pessoas que encontrei por causa deles também, isso te inclue também!

Cada um que passa me ajuda a construir a minha história, e assim, a construir o que eu sou. Todos de alguma forma contribuem, mesmo que dolorosamente. Até os profesores mais "cruéis" me passam algo. Nem que seja apenas me ensinar a ser mais "forte".

Convém que eu te lembre um pouco sobre como nos conhecemos. Foi em um acampamento pra jovens, em que você se achava velha demais pra entrar, relembro que no dia do teu aniversário, que ocorreu no meio do acampamento, pegamos todas as velas da casa e colocamos no mesmo bolo, para a nossa querida "idosa", como às vezes te chamavamos, só para te contrariar. Quanta coisa aprendermos por lá, não? Quem diria que 9 dias seria suficiente para fazer nascer tamanhas amizades? Isso porque não há como medi-las através de tempo e sim de coração, e lá nos entregamos as novas amizades de coração, por isso ainda mantemos contato, mesmo quando não nos falamos com frenqüência.

Acho que o que eu queria dizer nessas muitas palavras é o que eu poderia dizer em apenas uma palavra do nosso abençoado português: saudade! Muita saudade! E como ainda sou egoísta e não aprendi a amar com a liberdade necessaria, sinto muito a sua falta!

Mesmo assim amar é mais que um prazer a mim, já que me sinto muito amada, preciso muito amar, e isso me faz plena, é em nome desse amor que sou capaz de sair de mim e ir além, sempre mais! Esse "magis" que completa a minha vida.

Deus nos confiou a capacidade de amar, sempre! E isso não foi ao acaso. Deus em sua infinita sabedoria queria entrar cada vez mais no coração do homem e deu ao homem a capacidade dele O espalhar, afinal, Deus é amor, amar não é nada mais que espalhar Deus pelo mundo! Como me alegraria se todas as pessoas do mundo soubessem disso, se eu pudesse dizer a casa cidadão do mundo, o quanto ele é amado por Deus, o quanto ele é capaz de amar! Com queria! Doe-me o coração saber que faço tão pouco, e Deus tão sedento sempre quer mais de nós, e sempre nesse "magis" somos impelidos a fazer mais. A se pudesse ver todos os seres do mundo unidos, somente isso, pelo amor, parece tão lógico! É simples e complicado ao mesmo tempo... Aos poucos eu aprendo.


Madalena, minha querida, só queria te dizer que não importa muito aonde estamos, em qual parte do mundo, o amor é o mesmo, pois somos todos filhos de um mesmo Pai, Criador, Misericordioso e que em sua infinita bondade nos cumula de anjos! Verdadeiros anjos que passam em nossas vidas e nos ensinam muito! Segue, minha amiga, na certeza de ser amada pelo Criador, na certeza da sua presença na nossa vida. Onde quer que vá, segue apenas aquilo que és: humana. E dentro da sua humanidade rompa com seus limites, a exemplo de um Cristo humano que rompeu todos os limeites possiveis em uma cruz!

Permanca em Deus
Ele sempre está em você!

Thaís
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"Ainda que eu não esperasse o que eu espero, o mesmo que eu Te quero, eu te quereria."

Saturday, August 06, 2005

Feliz Aniversário

"Ainda que eu não esperasse que o que eu espero,
o mesmo que eu Te quero,
eu Te quereria."
Sta Tereza (D'Aliva?)


Aniversário, um ritual de passagem, não sei ainda direito para que, talvez para a morte, aliás isso mesmo, um pequeno ritual à morte! Não como quem perde, mas como quem ganha tudo. Prefiro deixar isso a outro post!

Não posso dizer que não gosto de fazer aniversário, eu gosto e muito! Pessoas ligando o dia todo, e se eu não esquecesse o celular em casa ajudaria bastante! =)

Também não posso dizer que esse foi um aniversário como os outros. Foi meio às avessas. Amigos muito próximos não me deram a graça de suas presenças, e amigos muito afastados, que a tempos não tenho contato, resolveram alegrar o meu dia com singelesas: menssagens, recadinhos, telefonemas e até visitas! Nossa, que delícia rever pessoas tão queridas!

Saudades ao receber abraços distantes, de amigos que a muito não os vejo e que sei que não os verei em breve tempo. Um dos meus amigos disse em uma menssagem hoje à mim: "te desejo um abraço, daqueles que só você e eu sabemos como dar". Qualquer pessoa que me conheça sabe do que ele está falando. Tenho um péssimo (?) hábito abraçar as pessoas, quase ao ponto de sufocá-las. E hoje, logo depois do "fim" do meu aniversário, enquanto ensaiava na minha mente o que escrever aqui, recebi um abraço de um amigo, muito querido, e que fez concretizar todos os abraços que lia sendo desejados a mim à distância. Senti naquele abraço como se fosse abraçada pela vida de forma muito especial, como se concretizasse, como se o própio Cristo tivesse descido à Terra naquele abraço. Como se tudo se findasse alí. Todas as minhas amizades, todos os meus desejos, todas as minhas esperas foram concretos naquele abraço. Engraçado que ele entrou, me abraçou, reclamou do cheiro de cigarro em mim, depois me abraçou de novo e foi embora, só isso, mas eu não precisava mais que isso, só me resta agradecer. Obrigada.

Thaís,
Agora com 22 anos