Wednesday, June 29, 2005

Memorial

Prontinho, tomei coragem e publico aqui o meu memorial, ou pelo menos a versão sintética dele!
Quando terminar a versão completa acho que coloco, em partes, aqui.

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A escolha por matemática não foi unânime e foi muito além da minha aptidão pela área de exatas. Não que não existisse aptidão, essa existia, mas foi além.

Matemática Licenciatura Noturno foi a minha primeira opção aqui na UNICAMP. Era o que eu queria. Diferente da maioria da turma que entrou comigo que, ou entrou de segunda opção, ou não sabia o que queria fazer e resolveu continuar em algo que tinha afinidade: fazer contas. Eu fui teimosa a tal ponto de prestar somente a Universidade Estadual de Campinas. Era aqui que eu queria entrar e fazer minha graduação. Esse é curso que eu queria fazer, pelas razões as quais vou expor neste memorial.

Lembro-me do momento em que eu me decidi pela licenciatura. Foi depois de uma grande discussão com meu pai. Eu não pretendia fazer faculdade, meus planos eram outros, eu iria para um convento. Já tinha tomado a minha decisão. Aos meus 16 anos decidi que queria ser freira, faculdade estava fora dos meus planos e depois da discussão o acordo seria que a decisão da ida ou não ficaria para depois da faculdade.

A minha primeira iniciativa foi fazer uma faculdade em função disso, algo como medicina, mas logo em seguida tomei a segunda decisão: de fazer a faculdade como se eu nunca pensasse em me consagrar, e assim comecei a minha decisão pela área de exatas.

A matemática veio quando eu percebi que seria capaz de ajudar o processo de aprendizagem a ser menos doloroso. Acredito que a maior parte das pessoas que não gostam de matemática é porque não tiveram um bom professor. E esse é o meu papel. Quero ser uma boa professora e mudar essa visão da matemática. Quero fazer a diferença na vida dessas pessoas, eu realmente sou apaixonada pela educação.

Quando escuto de um aluno “porque nunca me explicaram desse jeito? É muito mais fácil! Obrigada”, nada substitui essa satisfação. É um deleite.

Não posso dizer já que vou prosseguir meus estudos no caminho da pós-graduação, pois isso aqui é um memorial, segundo aquilo que já se passou, e não acredito que convém contar aqui os planos que tenho para o futuro.

Quanto a voltar para o convento, Santo Inácio de Loyola dizia que para se escolher o caminho da vocação é necessário escolher entre dois caminhos lhe agradam. Estou entre dois caminhos que me agradam, mas não sei ainda qual deles irei tomar e sei que ainda tenho muito tempo para me decidir. Aprendi com meu passado, não posso negá-lo, errei e acertei. Vivo o meu presente o mais intensamente que consigo, e o meu futuro a Deus pertence.

Thursday, June 16, 2005

Desejo de partir X Força de ficar

"Que ao findar vai dar em nada
Nada, nada, nada, nada
Nada, nada, nada, nada
Nada, nada, nada, nada
Do que eu pensava encontrar "


O trechinho citado é da música "Se eu quiser falar com Deus" do Gilberto Gil.
Eu nunca tinha prestado atenção nessa música até o retiro durante o Corpus Christi, no qual fui trabalhar, mas isso é assunto para outro post.

A questão é: nem sempre o que eu planejo é o melhor. Tenho muitas limitações e qaunto mais eu me conheço mais vejo o quanto sou uma pessoa difícil de lhe dar.

A começar pelo fato de que sou EXTREMAMENTE calculista. Gosto de ter cada minuto pensado e planejado... mas pra quê? Qual o meu medo? Acaso eu, na minha insanidade, acho que posso prever tudo pra não me ferir? Sendo que eu mesma sei o quanto até mesmo isso é importante?

Bom, a experiência que tenho feito nesses últimos 4 anos (intensificada nas últimas três semanas), é a de parar de calcular tudo e confiar... confiar muito, e cada passo ao invéz de ser pensado, ser amado.

Tá legal Thaís, muito bonita a sua teoria, mas e a prática? Sei que isso talvez soe um pouco meloso, estilo cor-de-rosa, mas não é... muito pelo contrário, amar nem sempre é fácil e tem vezes que é bem doloroso.

Quem ama abre mão de si mesmo, de seus interesses, de tudo. Chega em nada "do que pensava encontrar". Hoje tenho oportunidades de demostrar concretamente o amor que tenho pelas pessoas que me cercam... Eu não sou perfeita, sou santa! Santa como qualquer outro ser humano, só preciso aprender a viver essa santidade, que advém do Pai, que é perfeito, mas não como eu pretendia ser, em fazer tudo certinho, o Pai é perfeito no amor... isso é santidade! Porém, eu também sou pecadora, "somos teu povo santo e pecador", e mesmo eu sendo assim, Deus me ama, é incompreensível essa gratuidade do amor do Pai... mas essa gratuidade que me leva a querer ser mais santa que pecadora, pra poder amar mais e fazer a minha parte no mundo.

Deus é amor, logo a melhor meio de evangelizar é amando, é a melhor maneira de espalhar Deus. Quando tenho que escolher entre dois caminhos, procuro aquele em que amarei mais.

Espero não ter sido confusa demais, as idéias estão fervilhando demais pra ordená-las em um papel.

Partir ou ficar... já não me importa, quero simplesmente amar!