Wednesday, October 19, 2005

C-a-r-i-s-m-a

A algumas semanas atrás recebi uma ligação de um grande amigo que me convidada à missa que marcará a entrada no noviciado no Instituto dos Filhos da Pobreza e o Santíssimo Sacramento, vulgo a Toca de Assis. Fiquei muito contente pelo convite, esse amigo em específico, o Renan, ou Fubá, na época de grupo de jovens, conheceu a Toca por meu intermédio, coisa que ele fez questão de frisar quando fez o convite para a missa.
Estranho mesmo é que ele não é o primeiro, e nem será o último, que eu vi a vocação se concretizar e, em algum ponto, acabei participando. O que não vai mudar mesmo é o fato de eu ser uma tratante e não ter ido à missa dele, como não fui a muitas outras.
Neste sábado passado, na reunião de partilha, uma amiga comentava sobre algo que ela escutou no encontro inter-movimentos, que aconteceu este ano na Mariápolis, em Vargem Grande Paulista. Uma das pessoas lá presentes disse algo sobre o carisma individual de cada um. Que alguém que funda um movimento coloca nele o seu carisma, e outras pessoas se identificam com ele acabam entrando também no movimento ou pastoral.
Eu sempre achei de deveria encontrar meu carisma dentro de um grupo, mas agora vejo a questão por outro lado. Na verdade agora vivo um momento intenso de mudanças: de cidade, de faculdade e tantas outras que acabo neste meio me sentindo um pouco a parte da vida eclesial, digo, de participar efetivamente de algo dentro da Igreja. Digo isso porque no fim do ano eu saio da pastoral universitária, que não resume em si um carisma, aliás, a pastoral universitária é a coisa mais eclética que eu conheco dentro da Igreja, porque isso faz parte do carisma dessa pastoral. Ela é formadora. É a única pastoral que se exige vestibular para entrar e tem um tempo de permanência. Ela auxília na formação plena do sujeito. Entendo como objetivo primário da pastoral ajudar na formação de cidadãos éticos, ou seja, ela é um meio, e não um fim e por isso ela apresenta essa diversidade, para que o sujeito seja livre para escolher.
Carisma pessoal é a maneira que a pessoa encontra de viver o Evangelho. De transmitir o próprio Cristo vivo dentro de si e hoje vejo que isso é muito pessoal. Que por isso ao participar de um grupo, seja um movimento ou uma pastoral, se partilha com as outras pessoas o seu próprio carisma, ou seja, a descoberta se dá antes de entrar no grupo, não que ela não posso acontecer dentro do grupo, também pode.
Algo que os exercícios espirituais de Santo Inácio me trouxe foi exatamente essa descoberta. Qual o meu papel dentro da Igreja? O que eu posso fazer pelos meus irmãos? E como posso fazer algo?
Essas são perguntas que me levam cada vez mais a me conhecer e percebeu qual o meu carisma.
Estou redescobrindo muito sobre mim, através do meu trabalho, da faculdade, dos meus relacionamentos humanos e das artes. Voltei a pintar depois de anos sem ter coragem de olhar para uma tela. Não sou uma artista perfeita, aliás, descobri que não faz parte de mim ser, sou apenas alguém que expões idéias de um jeito diferente e, por ser quem eu sou, e por Deus me amar imensamente, sou capaz até mesmo de retratar o que eu vejo.
Claro que eu não sou uma santa, sou imperfeita. Falho muito, e tento até, às vezes, me corrigir. E é nessas horas que eu percebo o grande carisma de Deus: amar. Que simples? Aliás, acho que esse é o carisma básico de qualquer um, mas Deus o vive plenamente.
Já escrevi tantas vezes, inclusive aqui, sobre o Deus que é amor, sobre como não entendo a gratuidade do Amor do Pai...
Porém esse carisma não pode ser entendido, não com conceitos humanos. Pois por tudo o que pudermos dizer de Deus ele é infinitamente transcendente, como já dizia o Padre Quevedinho. Esse carisma é mesmo de ser vivivo.

Monday, October 03, 2005

Dívida

Fico em dívida para escrever sobre a semana em BH, resumindo em uma frase:

"Consome-me como fogo o Amor estar a serviço daquilo que me faz feliz"

pai

Todos sentem frio
Menos eu, sou fria por natureza.
Recuso-me a ficar imóvel,
recuso-me a ser igual!
Invade-me a loucura
de ter alegria e tristeza
ao mesmo tempo no coração

Fiquei doida em ver tudo aquilo
Sinto-me estranha, algo se quebrou ou morreu
Cadê a menina que corria aos braços do pai?
Cadê o pai que segurava a menina?
Cadê meu coração que confiava em plena segurança?

Como me consome a tristeza em ver-te assim perdido
sem os valores, nada de humano sobrou.
Trabalha! Trabalha! TRABALHA!
Sim, sinhô; sou do trabalho que me consome...
Dirige-me uma verdade em que acreditas!
Para de se iludir com falsas, quem és tu?

Quando foi que paraste de sonhar?

Saturday, October 01, 2005

Sinto-me tão imersa em amor que
chego a romper com a desesperança,
mas como ser amada me incomoda...
incomoda, porque me basta!