Wednesday, April 19, 2006

Correô!

Da conversa com um grande amigo... obrigada por me fazer externar essas coisas!

"É muito engraçado quando eu passo pra deixar cartas no correio. Os envelopes são todos coloridos e vão pra lugares tão diferentes.

Por vezes eu fico olhando os envelopes já lacrados, que desejam um bom trabalho ao carteiro, que pintados a mão. Fico imaginando os sorrisos das mãos pelas quais ele vai passar, e o sorriso da pessoa a quem se destina, vendo o envelope


Abrindo, vendo ele recheado de coisas... as letras, as frases com tantos erros, os meus desejos de felicidade, a saudade contida na carta... Cada desenho, cada cor, tudo é pensado.
Por isso digo que as cartas são um caso a parte. Mesmo porque é um gesto no qual eu não espero resposta... não que eu não fique quando chega.. e fico muuuito, mas quando não chega, só de pensar que a pessoa ficou feliz em receber isso me satisfaz."

Tem horas que a gente se pergunta
Por que é que não se junta tudo numa coisa só?
(Fernando Anitelli)

Tuesday, April 04, 2006

Portas abertas

Nossa, hoje ao ler o blog de um amigo meu consegui expressar o desejo de amar em palavras!

Amar é receber as pessoas no coração. É abrir as portas do coração pra elas.

Porém, só podemos abrir por dentro. As pessoas chegam e batem, abrir é uma opção nossa.

O que eu desejo é estar com as portas sempre abertas, para as pessoas não precisarem bater.

Difícil e fácil ao mesmo tempo!

Ao encontro

Tem vezes que eu me sinto sozinha, muito sozinha. E o fato de eu estar um pouco mais "desacompanhada" agora onde estou, faz com que isso se intensifique.

A espera pelo resultado da prova me fez não sair de casa. Ficar aqui esperando me drenou bastante. Também não liguei para as poucas pessoas que eu conheço na ilha. Tampouco me esforcei por sair e conhecer pessoas novas. Foi como um "fechar pra balanço". Queria passar tempo com a família, e por ela demonstrar o meu amor. Em grandes ou pequenos gestos como o meu esforço pra deixar a cafeteira pronta pra quando a mamãe chegar oferecer café quentinho pra ela. Fiquei muito tempo fora, demorei a me adaptar (ainda estou em processo de).

E agora sinto que é o momento de começar a sair da toca e ir ao encontro, em promover encontros. Conhecer pessoas, começar a contruir a minha vida aqui, que agora parece real.

A idéia de reconstruir às vezes me assusta, como eu já disse outras vezes. Engraçado isso, aqui é minha casa, me sinto tão acolhida aqui, mas parecia que eu não tinha chegado pronta pra encarar essa vida nova. Acho que esse tempo de "toca" serviu para isso. Para me preparar melhor. Mesmo a agonia da espera pelo resultado da prova. Treinar nos pequenos gestos dentro da minha casa, pois algo que eu aprendi que é muito difícil amar na rotina, mas com desejo se pode fazer de toda ela atos de amor. Se você tenta viver isso na sua casa, sabe do que eu estou falando. Às vezes é mais fácil e prático praticar os gestos com pessoas "de fora". Irmãos, pais, avós, são pessoas mais dificéis de oferecer esses gestos, e esse treinamento foi especial. E agora é como se seu desejasse expandir ainda mais isso.

Não que sejam degraus a se subir e que eu já tenha ultrapassado. Prefiro encarar isso como um olhar que se abre, mas que não perde, só vai aumentando, mais adicionando. Amar a humanidade é um desejo meu, de não fazer distinção de pessoas. Por vezes sinto que estou amando a humanidade toda, mas ninguém retribui. Fico pensando "por que isso? por que continuar?" e sinto, não sei de que parte de mim isso nasce, um desejo de amar ainda mais, de mais me consumir, isso me faz plena, isso me dá vida e desejo de viver mais intensamente, amando ainda mais...

Quero amar a humanidade assim, nos meus pequenos gestos... mas quero ser constante neles...

"É preciso amar, amar e nada mais!"
São Pio de Pieltrecina